(25.05.10)
Deu no Espaço Vital
em 13.08.2004
Deu no Espaço Vital
em 13.08.2004
A crença no poder dos números é tão forte que algumas pessoas chegam a invocar a Justiça para terem nomes e números de documentos alterados, tentando evitar o azar.
O número com o final 666-11 pode ser apenas uma seqüência de um CPF comum. Mas para os pais de uma adolescente da cidade de Barbacena (MG), os últimos dígitos do documento remetem ao chamado número da besta do Apocalipse. Segundo eles, é causa de constrangimento para a família "de católicos convictos e praticantes".
Depois de tentativas para mudar a numeração do documento nos órgãos administrativos tradicionais, o casal - assistindo sua filha menor - decidiu entrar na Justiça. O pedido foi indeferido pelo juiz federal Marcelo Dolzany da Costa.
Os pais sustentaram que a proteção da filha estava em risco, em especial no campo emocional, e que se sentiam "ameaçados a abandonar suas mais íntimas convicções, crenças e filosofias religiosas".
Uma das explicações para tal certeza foi por eles encontrada no ensinamento de Orlando Fedeli, doutor em História pela USP. Por meio de diferentes cálculos, Fedeli defende que o número 666 significaria "a suprema falsidade, aquele que se faz passar por Cristo, o anticristo".
Tais argumentos não convenceram o juiz, para quem "a seqüência que envolve o número 6 está em qualquer lugar, desde que se esteja disposto a vê-la". Segundo o magistrado, "não é o número em si que surge, mas o olhar de cada intérprete nos dados que quiser manipular. Este é o risco dos fundamentalismos".
O magistrado extinguiu o feito sem julgamento do mérito. Não houve recurso de apelação.
Fonte: Espaço Vital
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