LFG: Crescimento pessoal nas sociedades aceleradas: Ainda não sabemos reconhecer a condição humana...
Na era das sociedades aceleradas, onde nossas relações são marcadas pela fluidez, porosidade, desengajamento, superficialidade e transitoriedade, tornou-se muito mais invisível a profunda dimensão perniciosa das desigualdades, que quase sempre são acompanhadas de discriminações.
De qualquer modo, tal como nos informa Bauman: “Um relatório da ONU sobre desenvolvimento urbano baseado num estudo sobre as 120 maiores cidades do mundo alertou que ‘altos níveis de desigualdade podem trazer consequências sociais, econômicas e políticas negativas, acarretando um efeito desestabilizador para as sociedades’; eles ‘geram fraturas sociais e políticas que podem ser transformar em intranquilidade social e insegurança”.
A velha teoria de que o crescimento do bolo econômico naturalmente acaba ou suaviza os efeitos nefastos da desigualdade perdeu total credibilidade.
O crescimento econômico do mundo e, também, do Brasil, está cada vez mais acelerado (já se fala que o Brasil seria a sexta economia mundial), mas isso não provocou automaticamente o fim das privações intoleráveis das classes baixas (mais ou menos um terço no nosso país).
Na era das sociedades aceleradas nós não estamos sabendo, mais uma vez, nos colocar nos “sapatos dos demais”, não estamos sabendo sentir os outros, as suas necessidades, suas angústias e frustrações.
Muita coisa evoluiu, a civilização chegou em várias partes do planeta, mas ainda continuamos pedalando muito lentamente no (re)conhecimento do ser humano.
O preço a ser pago é muito grande (e danoso). Avante!
Fonte: Atualidades do Direito
Comentários
Postar um comentário