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Mais um reconhecimento de vínculo empregatício a Policial Militar...

PM consegue reconhecimento de vínculo empregatício com empresa privada
(09.09.10)


A 8ª Turma do TST reconheceu o vínculo empregatício de policial militar que atuou como segurança na Philip Morris Brasil Indústria e Comércio Ltda., por considerar que ele prestou serviços não eventuais a ela, sob sua dependência e mediante salário, requisitos previstos pelo artigo 3º da CLT, com jurisprudência pacificada por meio da Súmula nº 386 do TST.

De acordo com a petição inicial, o policial militar Sidney Cabral de Lima foi admitido pela empresa para exercer a função de vigilante armado, sem, contudo, terJustificar tido seu contrato de emprego registrado na Carteira de Trabalho e Previdência Social. Suas atividades consistiam em realizar escoltas de valores e veículos da empresa, que continham caixas de cigarros a serem transportadas e entregues em estabelecimentos comerciais.

Para tanto, ele recebia R$ 90,00 por dia de trabalho, perfazendo, em média, o total de dez dias trabalhados ao mês, com salário mensal de R$ 900,00. Apesar das alegações, o TRT da 1ª Região (RJ) deu provimento ao recurso interposto pela empresa, afastando o reconhecimento do vínculo empregatício do policial. Para o Regional, "o policial militar deve dedicar-se exclusivamente à sua corporação".

Irresignado, o trabalhador recorreu ao TST. A ministra Dora Maria da Costa, relatora do acórdão, considerou que o vínculo existe, pois preenche os requisitos do artigo 3º da CLT, sendo legítimo o reconhecimento da relação de emprego entre o policial militar e a empresa privada, independentemente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar.

Por fim, sob a tese de que a decisão do Regional do Rio de Janeiro contrariou a Súmula nº 386 do TST, que institui que “preenchidos os requisitos do art. 3º da CLT, é legítimo o reconhecimento de relação de emprego entre policial militar e empresa privada, independente do eventual cabimento de penalidade disciplinar prevista no Estatuto do Policial Militar”.

O advogado Rodrigo Dias da Silva atua em nome do reclamante. (RR nº 144500-02.2008.5.01.0205 - com informações do TST e da redação do Espaço Vital).
Fonte: Espaço Vital

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